sábado, 19 de março de 2011

Candomblé: Riqueza ou Pobreza?

Por Brad Pághanni de Oxalá

            O candomblé é uma religião genuinamente brasileira. Logo, podemos ver que essa mesma religião não possui tanto poder financeiro e reconhecimento em outros países em comparação com algumas religiões, como, por exemplo, o cristianismo.

            Os sacerdotes e sacerdotisas pregam que o candomblé é uma comunhão do homem com a natureza em formato de deuses: Os Orixás. Pregam também que o candomblé é uma religião de humildade.
            Mas, será que humildade é sinônimo de pobreza?
           
            Obviamente não, mas, infelizmente, muitos interpretam de forma errônea a questão que aborda a situação financeira do candomblé.

            Sinceramente, não há lógica em um terreiro que faz de seus freqüentadores – verdadeiros escravos, vivendo em meio à sujeira e outras formas que comprometam a integridade física e psíquica de seus freqüentadores, mas, concordo também que não há lógica quando vemos terreiros que cobram quinze mil reais por uma “feitura de orixá”.

            Mas, pegando essas duas questões: a da pobreza e a da riqueza no candomblé, afirmo com convicção que não há problemas em um candomblé rico. Com tanto que tal sociedade não explore de forma exorbitante seus fiéis.

            O candomblé – como todas as outras religiões, também progride.
            Foi tempo em que os fiéis aos Orixás – praticavam seus cultos em quilombos, senzalas, a luz de velas e escondidos – com medo de serem repreendidos. Foi tempo em que os fiéis aos Orixás comiam com a mão, andavam descalços – com riscos de contaminações entre outras doenças.

            Hoje em dia, podemos ver no candomblé, professores, advogados, médicos, e até mesmo pessoas sem estudo algum, ou status social elevado – que são felizes e mantém piamente a fé em seus Orixás.

            Não há problema algum em ter um chão limpo em uma casa de candomblé. Não há problema algum em um fiel adaptar alguns recursos atuais para facilitar a sua vida religiosa. Mas é claro, não em demasia.

            Um bom exemplo sobre o que estou falando, vocês poderão conferir no vídeo abaixo.


            “O candomblé em si é uma religião que tem muitos adeptos, muitos filhos. É uma cultura muito linda, muito rica. Orixá é festa, Orixá é prosperidade, Orixá é saúde, é fatura, é riqueza – ao contrário que muitas pessoas pensam (...)”.

            Particularmente, nós da equipe Sociedade Candomblé Moderno concordamos com todas essas palavras, e com toda essa ideologia. Gostaria de dar meus parabéns ao Pai-de-santo Márcio de Iansã – por mostrar que o candomblé tem um futuro descente.





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