quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Como Fazer do Candomblé Uma Religião Mais Feliz

(Olukó Brad de Oxalá)

Não é tão difícil ver alguns adeptos do candomblé reclamando e se queixando de uma determinada casa de santo, ou de um determinado sacerdote ou sacerdotisa e suas ações. Também, não só no candomblé como em outras religiões.

Qual seria o motivo dessas confusões e descontentamentos?
Haja vista que – a resposta mais coerente e lógica seria a justificativa de que os seres humanos são falhos. Mas, essa afirmação não se enquadraria em uma sofisma barata?

Pois bem... Acabemos então com esse costume de tampar o sol com a peneira:
O candomblé, em seu aspecto negativo, assim como outras religiões... Caracteriza-se pela disputa interna e externa – respectiva aos seus conhecimentos fundamentais e intelectuais.

Mas, qual foi o ponto que originou essa negatividade?
Nada mais, nada menos que – a má interpretação daquilo que conhecemos por “Religião”.

Amigo candomblecista... Analise comigo:
O que você busca em seu terreiro?
O que você busca em seu pai ou mãe-de-santo?
O que você busca no Orixá?

Certamente você acabou de responder ou imaginar “conhecimento”; ou então “sabedoria”.
Fiz uma pesquisa e, constatei que, a maioria das pessoas que praticam o candomblé, ao ouvirem esta pergunta responderam essas duas coisas.
As pessoas que responderam “felicidade” ficaram em segundo lugar, tendo apenas a minoria que respondeu: “paz de espírito”.

Este é o ponto fundamental onde quero chegar: “paz de espírito”.

A busca pela paz de espírito dentro do candomblé é uma das soluções para que essa religião possa progredir... Possa seguir positivamente.

Você que vai ao terreiro buscar saber sobre “o que Oxalá come” ou “qual itã de odú diz sobre exú ser guardião das porteiras” – não está errado. É importante saber sim sobre os fundamentos.

Mas, o principal é a busca pela sabedoria de vida. A troca de experiências correlacionadas a vivências.

Mas, sabedoria de vida não se aprende vivendo? Somente vivendo?
Sim! Exatamente! O candomblé é uma vivência, e, nada custa aprender com o próximo – sem dogmas, sem regras, sem “isso não pode”; sem “você não pode”.

Vamos acabar com isso, irmãos candomblecistas!
Essa competição desnecessária. Essa fome de querer dizer que as pessoas estão erradas, ou que estão doidas.

Essas coisas só acontecem pelo fato de nós, candomblecistas, querermos competir a nível sabedoria e cultura. Não é para isso que o candomblé serve. Não é nessa linhagem que o candomblé funciona!

Eu canso de ver pessoas criticando a roupa de tal Orixá e outras coisas mais.
Tudo bem que, não devemos nos contentar com marmoteiros e pessoas que usam a religião e a fé dos demais para benefício egocêntrico. Concordo que não devemos nos conformar com esse tipo de gente.

Mas, nós, pessoas do bem, devemos trabalhar o lado positivo da coisa.

Vocês sabem como um psicólogo cura alguém com auto-estima baixa?
Ele não tenta buscar o porque a pessoa está assim. Ele sabe que – quando mais meche, mais dói, e mais risco o paciente tem. Ele não trabalha o lado ruim para tentar curá-lo.
Então, o psicólogo trabalha as virtudes do seu paciente. Ele trabalha tudo aquilo que o paciente tem de bom, e faz com que esse paciente enxergue o mundo com outros olhos – sejam olhos comuns ou olhos otimistas.

Então, esta é uma das chaves para um candomblé melhor.
Devemos trabalhar o lado positivo dessa religião. Assim, automaticamente, o lado negro e obscuro simplesmente desaparecerá. Com um tempo, é claro.



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